Antes da Internet, a oferta de produtos era feita única e exclusivamente através de meios físicos: um produto físico, distribuído através de um modelo de distribuição físico, exposto em lojas físicas, que atendiam os consumidores de determinada região. Nesse modelo, os custos de armazenagem, distribuição e exposição dos produtos são muito altos, o que torna economicamente viável apenas a oferta de produtos populares, para o consumo de massa. E é justamente por isso que crescemos acostumados a consumir um número reduzido de mega-sucessos; pop stars, block busters etc. Um varejista tradicional, que tem custos fixos altíssimos para manter sua loja aberta, não tem espaço nas prateleiras para ofertar um produto que não venda pelo menos algumas dezenas de exemplares todo mês. Essa é a cultura de hit.
Com o surgimento do mundo virtual, estamos cada vez mais transformando em bits o que antes era matéria. E é justamente o rompimento das barreiras físicas que torna possível a criação de modelos de negócios de Cauda Longa, em que a oferta de produtos é praticamente ilimitada, uma vez que os custos de armazenagem e distribuição digitais são infinitamente inferiores. Produtos economicamente inviáveis no modelo de hit encontram no meio digital seus consumidores. Por sua vez, os consumidores que antes tinham acesso a um número reduzido de conteúdos, passaram a ter uma variedade quase que infinita de novas opções. E passaram a experimentar mais, consumir produtos que até então desconheciam. É essa variedade e essa nova experimentação que proporcionam as alterações no consumo tradicional (Não é à toa que a geração da Internet é menos fiel às marcas e mais predisposta a consumir novos produtos).
O que antes era um mercado ignorado, não só passa a ter valor como vem crescendo a cada ano. Peguemos como exemplo o mercado de músicas digitais. Somadas, todas as centenas de milhares de músicas menos populares, de bandas menores ou desconhecidas no mainstream (novos nichos), cujas faixas vendem apenas alguns downloads ao ano na iTunes, já representam um volume de vendas equivalente ao dos poucos hits produzidos para vender milhões de unidades.
Importante destacar que o conceito de Cauda Longa se aplica a praticamente todo mercado, inclusive o mercado de mídia. Com a convergência digital, é muito provável uma reorganização na distribuição da audiência, não apenas por conta de alterações nas características dos meios e na maneira como são consumidos, mas principalmente por alterações no próprio comportamento do consumidor.
No Brasil, a Rain Network criou uma plataforma de comunicação baseada no conceito de Cauda Longa, cuja distribuição digital de filmes para cinema tem aumentado o acesso a conteúdos até então indisponíveis para o consumo no país.
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== Cauda Longa e Guerrilha ==
Entender o fenômeno da Cauda Longa é fundamental para explicar o crescimento do uso das ferramentas de guerrilha. "A propaganda boca-a-boca amplificada é a manifestação da terceira força da Cauda Longa: explorar o sentimento dos consumidores para ligar oferta e demanda. A primeira força, democratização da produção, povoa a Cauda. A segunda força, democratização da distribuição, disponibiliza todas as ofertas. Mas isso não é suficiente, só quando essa terceira força, que ajuda as pessoas a encontrar o que querem nessa super abundância de variedades, entra em ação é que o potencial do mercado da Cauda Longa é de fato liberado."
'''Links:'''* http://www.thelongtail.com/
'''Links Relacionados:'''* [[Cauda Longa]]* [[Revista Wired]]
'''Links Externos:'''* [http://roupanovaral.wordpress.com/2008/05/21/cauda-longa/ Cauda Longa], ''post no blog Varal publicado em 21/05/2008''
[[Categoria:bibliografia]][[Categoria:blogs]]
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