sábado, 14 de janeiro de 2012

Adega mais antiga do Mundo



Arqueólogos encontraram-na em grutas na Arménia e dataram-na de há 6100 anos







Amais antiga adega de que há conhecimento foi descoberta numa gruta nas montanhas da Arménia. Uma cuba para esmagar as uvas tintas, jarros para fermentação e até mesmo uma caneca e uma garrafa com cerca de 6100 anos foram descobertos num complexo de grutas por um grupo internacional de investigadores.
Muito embora já tenham sido encontradas provas mais velhas de consumo de vinho, este é o exemplo mais antigo de uma produção completa, de acordo com Gregory Areshian, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, co-director da escavação.
A descoberta, anunciada pela National Geographic Society, é divulgada na edição electrónica do Journal of Archaeological Science. "As provas sustentam, de forma convincente, um complexo de vinificação", afirmou Patrick McGovern, director científico do Laboratório de Arqueologia Biomolecular do Museu da Universidade de Pensilvânia, em Filadélfia, que não fazia parte da equipa de investigação. Tal produção de vinho em larga escala implica que a uva euro-asiática já tivesse sido aclimatada, referiu McGovern.
A mesma zona da Arménia foi o local de descoberta, no passado Verão, do sapato de couro mais antigo, com cerca de 5500 anos. De acordo com os arqueólogos, dentro da caverna encontrava-se uma cuba rasa com cerca de um metro de diâmetro, que estava colocada de forma a drenar para um jarro colocado a uma cota mais baixa.
A cuba pode ter servido como um lagar, onde as pessoas pisavam as uvas com os pés, um método tradicional muito antigo. De igual forma, encontraram sementes de uva, restos de uvas prensadas e dezenas de videiras secas. As sementes eram provenientes do mesmo tipo de uvas - itis vinifera vinifera - ainda usado para fazer vinho.
Utilização em cerimónias
Os mais antigos restos de uvas comparáveis aos agora encontrados haviam sido descobertos no túmulo do antigo rei egípcio Scorpion I, com cerca de 5100 anos. Como a instalação vinícola foi encontrada rodeada por túmulos, os investigadores sugerem que o vinho devia ter como finalidade a utilização em cerimónias.
Essa ideia foi aceite por McGovern, que realçou a importância do vinho nas celebrações fúnebres e que foi utilizado, mais tarde, para doações nos túmulos.
Na realidade, afirmou, "mesmo em regiões de várzea, como o Egipto antigo, onde a cerveja reinava soberanamente, vinhos especiais do delta do Nilo eram necessários como ofertas funerárias e enormes quantidades de vinho eram consumidas nas principais festas reais e religiosas".
McGovern observou que cubas similares para pisar as uvas e jarros para armazenamento foram encontrados ao redor da área mediterrânica.
Nos seus livros, McGovern sugere que uma "cultura vinícola", incluindo a climatização das uvas euro-asiáticas, foi consolidada, pela primeira vez, nas regiões montanhosas à volta da Arménia antes de se se ter deslocado para a Região Sul da Europa.

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