terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dando uma olhada na Net encontrei um artigo interesante sobre apicultura. A prefeitura de Nova York liberou a criação urbana de abelhas! Isso mesmo voçê pode criar abelha em cima de uma laje. Foi o que fez Megan Paska que resolveu criar abelhas no Brooklyn em Nova York, até o título é muito legal: Tente em casa, resolvi mante-lo, no caso ta aí o número dois, o número um é sobre vinho feito em casa, depois eu posto ele.


Tente em Casa Parte II: Apicultores Urbanos, um Enxame sobre Nova Iorque 12. dezembro 2010

Nos últimos meses, um enxame de artigos sobre abelhas e tudo o que se relaciona a elas inspirou o público a observar mais de perto os fascinantes hábitos destes pequenos seres que vivem zumbindo e fabricando mel, e a longa e surpreendente lista de seus benefícios para os humanos. A coincidência da misteriosa ameaça de algo chamado Colony Collapse Disorder com a legalização recente da apicultura em Nova Iorque desencadeou o fenômeno da instalação de colmeias nos topos de prédios e nos jardins comunitários da cidade e colocou o apicultor urbano, normalmente acostumado a se esconder, no centro de atenções.


A defensora do cultivo doméstico urbano, Megan Paska, pode dizer com orgulho que ela já era ativa nesta área, antes que ela virasse moda. Nos encontramos com ela há pouco tempo, numa noite de semana, em Williamsburg, no Brooklyn, para batermos um papo e esclarecermos por que as abelhas são uma porta de entrada para a criação de animais.

O início

Moradora de Greenpoint, Brooklyn, e nativa de Baltimore, Maryland, em sua infância e juventude, Megan passava os verões na fazenda da família, no interior da Virgínia. As experiências que teve por lá plantaram as sementes da paixão por uma abordagem prática em relação a seu meio ambiente, seja na cidade ou no campo.

“[Morar numa fazenda] teve um impacto imenso não só sobre meu sentimento em relação à natureza, mas também sobre o meu relacionamento com os alimentos... foi assim que eu descobri a minha predileção pelo alimento plantado em casa, ao contrário do que se compra no supermercado.”



Megan é, em muitos aspectos, uma garota urbana: “Eu cresci na cidade de Baltimore; tem uma parte em mim que adora estar no meio do agito, com acesso à cultura, à boa comida, bebida, e muita gente.”

Mas como muitos batalhadores urbanos cansados, Megan também tem tendência a sentir claustrofobia dentro da selva urbana e deseja entrar em simbiose com seu meio ambiente, uma característica típica da vida rural: “...quando eu fico presa numa cidade por muito tempo, começo a me sentir desequilibrada. Quando me mudei [para o Brooklyn], sabia que ia ser muito importante para mim tentar reproduzir um pouco da natureza aqui. Senão, podia ser que eu ficasse desequilibrada.”

Para compensara vida na cidade, durante sua vida em Baltimore e, depois, no Brooklyn, Megan cultivava plantas em todos os lugares possíveis: telhados, pátios internos, vasos dentro de casa. Seu amor pelo cultivo doméstico logo a levou a procurar novas maneiras de exercitar a auto-suficiência urbana. Ela foi à primeira aula de apicultura em Baltimore, há cinco anos atrás.

Os prós

Megan explica que os produtos das abelhas são saudáveis de diversas maneiras. “O pólen é um alimento completo e [como apicultor] você o inala e o ingere. O mel é antimicrobiano e os apicultores têm a tendência a comer bastante do seu próprio mel.” Até o veneno das abelhas é tido como saudável. Algumas pessoas chegam a usar ferrões de abelhas como agulhas de acupuntura. Apesar de os efeitos não serem comprovados, a crença na apitherapy é muito antiga e difundida.
Além disso, o mel que vem de suas próprias abelhas simplesmente é muito mais gostoso.



“É um bicho completamente diferente” diz Megan. A variedade de substâncias cor de âmbar e grudentas embaladas em plásticos no supermercado é tão processada industrialmente que não apenas perde todas as nuances de sabor, mas também os benefícios à saúde tradicionalmente associados ao mel dos apiários. “O mel que se compra nas lojas vem do Brasil, do Canadá, da Califórnia, do México. Eles colocam tudo em um só pote, cozinham e coam tudo. Quando aquecem o mel, matam todas as enzimas ativas. Ele vira um mel de flores selvagens, estranho e homogeneizado. Perde o seu caráter”

Para Megan, produzir seu próprio mel compensa 100% dos esforços. Além de ser muito gostoso, o mel local proporciona a Megan aquela conexão com os ciclos de vida de seu ambiente natural pela qual sua alma cansada da urbanidade anseia.

“Quando você extrai o mel de uma determinada colmeia, você não está consumindo apenas algo local, mas também algo temporal. Está comendo algo que estava florescendo há mais ou menos um mês atrás, nesta mesma vizinhança. Por isso ele é muito especial. O mel que você prova no Greenpoint [Brooklyn] pode ter um gosto bem diferente do que você prova em Carroll Gardens [Brooklyn]. Há toneladas de tílias na minha vizinhança, então o mel que se extrai da colmeia na primavera é bem caracterizado pelas tílias. Ele é herbáceo, tem um toque de hortelã e uma cor amarelo-esverdeada. Mais tarde no ano, o mel escurece, fica com uma cor castanha, de âmbar, e tem um gosto temperado, de tabaco doce. É impressionante o quanto ele muda.”



Não é de se surpreender que tal prazer gustativo também tenha um valor comercial. Apesar de a apicultura requerer um investimento inicial, Megan diz que se pode começar a ter lucro dentro de pouquíssimo tempo.

“Para começar o cultivo, prepare-se para gastar 500 dólares em uma colmeia, no primeiro ano. Mas... uma vez que as abelhas tenham produzido cera dentro dela, você pode extrair na segunda estação algo entre 45 e 70 quilos de mel. Se você decidir vender mel a seus amigos ou a lojas locais você pode ganhar algo como de 10 a 40 dólares por quilo.”

Mas o elemento mágico da história de Megan Paska é que o que começou como um hobby, evoluiu para um estilo de vida. “Abelhas são como uma porta de entrada para os rebanhos, ” ela brinca, ”você cultiva abelhas, depois passa para as galinhas...” Hoje, ela dá aulas Rooftop Beekeeping 101, organiza excursões de bicicleta pelos apiários e se expande em outros projetos de cultivo doméstico urbano, como o já citado galinheiro, jardinagem no telhado, cultivo de cogumelos; em breve, ela planeja começar a criar coelhos.


Estas atividades não só trouxeram satisfação pessoal a Megan, mas a conectaram com seus vizinhos em Nova Iorque e no Brooklyn que, como ela, tentam criar uma espécie de oásis rural dentro do perímetro urbano.

“Eu conheci muitas pessoas adoráveis. A comunidade está crescendo cada vez mais e o melhor é que nós não nos centramos em um hobby que gira em torno de um objetivo pessoal, mas temos em vista a comunidade e o compartilhamento. É duro encontrar um sentimento de que se pertence a um lugar como Nova Iorque. As pessoas acabam se contaminando pela agitação e é bom ter um grupo de pessoas que se obrigam umas as outras a baixar a velocidade e a curtir as coisas que realmente importam - bons alimentos, bons amigos.”

Os contras

Abelhas picam. Megan deixa bem claro que a pessoa que quer cultivar abelhas não deve ter medo de ferroadas, mesmo que geralmente não seja tão grave. “Uma em cada cinco ou seis vezes em que eu abro uma colmeia para fazer uma inspeção, eu levo uma picada, normalmente na mão.” Aspirantes a apicultores vão gostar de saber que o que não mata, fortifica: “Você desenvolve uma tolerância. É bom receber pequenas doses de veneno regularmente.”

Pode ser que os seus vizinhos não fiquem tão empolgados quanto você com as suas novas amiguinhas zumbidoras. A apicultura continua sendo ilegal em muitas cidades, como também era em Nova Iorque até a primavera de 2010. Até em regiões em que os apicultores urbanos são livres para praticar sua paixão sem infringir a lei, as abelhas são criaturas mal compreendidas, que podem causar desconfiança aos vizinhos e inquilinos.

Megan sugere um comportamento cortês e cuidadoso. Em caso raro de se formarem enxames, os vizinhos devem ser avisados. “Se você vê de 10 a 15.000 abelhas voando e pousando num ramo de árvore de um quintal ou ao lado de uma casa, isso pode causar uma bela diminuição de tolerância.”
Mas quando se tem conhecimentos específicos, isso ajuda você a ter certeza de que suas abelhas não vão fazer nenhuma loucura. “Um apicultor atento sabe como evitar que estas coisas aconteçam.”

O Veredicto

Num tempo em que a população de abelhas corre perigo e a população humana reexamina os longos e caros caminhos pelos quais os alimentos passam para chegar a nossa mesa, não podia haver momento melhor para se iniciar na apicultura urbana.

Megan espera que ela esteja ensinando com o próprio exemplo. “Eu acho que consigo demonstrar como fazer coisas desse tipo sem que isso incomode. Isto pode abrir os olhos de outras pessoas para a possibilidade de produzir alimentos em pequena escala nos seus quintais. A comida realmente não precisa viajar tanto para manter as pessoas bem nutridas.”

Acredite ou não, há até certas vantagens em ter o ambiente urbano como abrigo para sua colmeia. Na cidade, é mais difícil de as abelhas encontrarem plantas tratadas com pesticidas e pode haver até uma densidade mais variada de flores para seu consumo do que em muitas áreas rurais.

Até quem tem medo de não conseguir ter tempo de cuidar das abelhas no meio de tantos outros compromissos da agitada vida urbana, não precisa se preocupar. “Minha opinião é de que todo mundo pode conseguir fazer este tipo de coisa. A apicultura é tão fácil quanto cuidar de plantas em casa... você não precisa mudar todo o seu estilo de vida para incorporar coisas como esta.”

Próximos Passos

Para Megan Paska, todo o barulho a respeito das abelhas colocou o seu projeto em evidência para o público. A tendência atual, entre as pessoas mais jovens, de produzir os próprios alimentos começou a chamar bastante atenção, especialmente dos chefs de cozinha locais. O resultado foram cooperações: nesta primavera, Megan vai cultivar abelhas para ninguém menos do que Mario Batali e Joe Bastianich como parte de uma fazenda de telhado planejada para um de seus restaurantes.



Se você estiver louco para dar asas ao apicultor que existe em você ou apenas um pouco curioso, os links abaixo vão orientar o seu vôo para a direção certa.
Elisabeth Fertig
por Elisabeth Fertig

Links relacionados:
Compre o mel de Megan Paska
Informe-se sobre os outros projetos de Megan

fonte: www.minispace.com

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