
Fazemos Pizzas realmente gostosas. Colocamos nossa alma, tudo de nós em cada pizza e prato que fazemos. Entendemos que não vendemos só alimentos, mas do que nunca vendemos diversão, união, e queremos reunir pessoas. O ser e o compartilhar. Alegria e prazer é o que queremos que todos tenham. Sejam bem vindos! Jeito de ser da Pizzaria Adoro Pizza.
quarta-feira, 2 de março de 2011
A Rua Não É Mais a Mesma...
A insurgência das pipas (e outros jogos potencialmente subversivos)
por Marcelo Terça-Nada!
Texto de Wellington Cançado | Fotos: Marcelo Terça-Nada!
1ª Parte
Bente altas, queimada, rolimã, futebol, pipa, pique-esconde: jogos e brincadeiras de rua. Todos extintos com a extinção da própria rua. Afinal, depois de tanto “matar a rua” ao longo do século 20 parece que finalmente conseguimos o que queria Le Corbusier, aquele arquiteto franco-suíço que queria também demolir a Île de la Cité em Paris onde se encontra a Notre Dame para ali erguer a sua “Cidade Radiosa”, uma espécie de Barra da Tijuca primordial.
Mas não é que a rua propriamente dita tenha desaparecido, afinal todos os dias somos surpreendidos por outdoors propagando a duplicação e o alargamento das vias por toda a cidade. O que desapareceu mesmo, foi a possibilidade da rua como lugar do ócio, do encontro, das brincadeiras, dos jogos e da festa. Desapareceu a rua como lugar privilegiado da infância, ou de infâncias privilegiadas. Aquela infância dos nossos pais nas florescentes porém ainda humanas capitais, mas também a rua das crianças dos interiores por todo o país. Ruas em que crianças passavam as noites jogando e brincando, em que os portões eram gol, que a calçada era pista, que o degrau era rampa, que o muro era esconderijo, que a árvore era desafio, que o lixo era brinquedo, que o asfalto era campo, que os carros eram raros.
Pois, as razões desse fato histórico são óbvias: o crescente aumento da frota de veículos sustentada por políticas públicas tardo-desenvolvimentistas equivocadas (vide Linha Verde em Belo Horizonte, duplicação da Marginal em São Paulo e a recente redução de IPI dos automóveis) corroboradas pela gradual e covarde substituição por parte da classe-média urbana de todas as esferas do público por soluções imediatistas e privatistas: o SUS pela Unimed, o grupo escolar pela escola particular, o ônibus pelo “zero quilômetro”, a polícia pelo vigia de plantão, o mercado pelo shopping, o buteco pela praça de alimentação, o bairro pelo subúrbio militarizado, a praça pelo clube da moda, e claro a rua pelo condomínio e seus indefectíveis pilotis, área de lazer, gazebo gourmet e salão de festas.
Em tempos de “civilização capsular”, “cocooning”, “cidades de muros”, ou qualquer outra expressão que os teóricos da cidade possam encontrar para descrever esse fenômeno que é global, mas indiscutível e absurdamente mais violento e nefasto nos trópicos, a rua se tornou simplesmente um lugar de passagem e circulação (motorizada, obviamente). E sendo assim, lugar puramente utilitário, regido pelo relógio do trabalho, do comércio e do rush, se tornou lugar escuro, ermo, vazio, perigoso, assustador, terra de ninguém.
Não foram suficientes os escritos de Jane Jacobs ainda na década de 1960 sobre a morte e vida das cidades americanas para mostrar que a rua quando movimentada, frequentada e apropriada fornece a única segurança contra a mediocridade, a violência e a falta de imaginação: a presença do outro, logo ali.
Não são suficientes também as férias na “Europa para todos” oferecidas pela CVC (14 dias, a partir de € 1.044) e o deslumbramento com as ramblas catalãs, as vielas venezianas ou os campos elíseos para entendermos que financiando voluntariamente o desaparecimento da rua estamos abdicando da própria experiência da cidade, da construção de um futuro coletivo e de uma história particular.
Não tem sido suficiente a própria realidade tacanha em que estamos imersos e que sufoca cotidianamente emergências de outras culturas urbanas para que nos engajemos por alguma mudança.
Afinal, nessa cidade estéril e pateticamente previsível, pavimentada, revestida, impermeabilizada não há mais lugar para se “olhar nos olhos dos outros” como escreveu Maria Rita Kehl, nem para a ingenuidade, nem para a imaginação, muito menos para as crianças.
Pobres criaturas as crianças. Antes eram o “futuro da nação” e hoje são criadas como ratinhos de laboratórios indefesos em seus enclaves fortificados ou tratadas como criminosas nos poucos recantos públicos disponíveis para se soltar pipas sem medo do choque elétrico e para jogar bola sem se preocuparem com os carros.
Testo retirado do site:
http://virgulaimagem.redezero.org
P.S Estou cada vez menos nostalgico, acho que o mundo mudou e mudou pra caramba! As pessoas estão em busca de segurança, e onde elas encontram? Nas cidades. Quando se é jovem queremos ir de encontro com o mundo dito civilizado das grandes e médias cidades, quando não muda a família inteira (para estudar os meninos...). E depois? Voltamos na velhice buscando tratamento médico... Será que a rua morreu ou foi assasinada?
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